quarta-feira, 15 de março de 2017

Dia do Pai...sem ti

É uma semana complicada para mim, muito complicada...

Todos os dias vivo com a tristeza de não te ter por aqui, fazes-me tanta falta! Sou uma mulher muito mais forte, é verdade. Aprendi a apreciar mais os pormenores da nossa existência, a relevar algumas coisas que até podem não ter tanta importância, aprendi a selecionar emoções e a sofrer de modo diferente. Mas sou uma filha sem pai...sem o meu eterno amigo, fiel e protetor. 
Esta semana é mais uma em que preparo alegrias para os pais dos outros...são pequeninos e tudo o que fazem para os pais é carregado de puro amor. Ensino-lhes canções sobre o pai, um pai grande, um pai forte como um gigante. E canto a canção com toda a minha alma pois em cada estrofe vai o sentimento carregado de emoção, canto sobre o meu pai. O meu pai também é assim, como o da canção.
E invento uma prendinha bonita para que a possam oferecer no Dia do Pai. Em cada detalhe deito uma pinga de pura dedicação aos pais de outros. Em cada prendinha vai um pouco do meu carinho, vão gestos cuidados para que tudo fique o mais perfeito possível.
E invento quadras para que os pais e os filhos se enterneçam e abracem no fim de lerem. Imagino como reagirão, imagino o abraço tão apertado que te daria se pudesse. 
Ai, se pudesse voltar para trás e congelar o tempo...só para te ficar a ver, a ouvir aquelas histórias que contavas de tantas aventuras que viveste e ouvir as tuas gargalhadas tão grandes em que os teus olhos brilhavam mais do que os de um miúdo reguila!

Como é que isto aconteceu? Continuo a ter aquela sensação de dormência em que parece que é mentira, não aconteceu, em que vou chegar lá a casa e tu vens à porta esperar-nos, damos aquele beijo, conversamos, contamos coisas uns aos outros no meio uns dos outros, metes-te com os miúdos...estão tão crescidos, Papá! ías ficar tão orgulhoso!

Vai ser mais um dia do Pai sem ti...até um dia...o meu amor é eterno!


sábado, 3 de dezembro de 2016

Quero ser livre...

Vão-se passando os anos e começo a pensar que há muito para fazer. Começo a questionar-me se era isto que queria da vida, onde a  maior parte do tempo me sinto castrada e aprisionada a um dia a dia cheio de pressão. Continuo a sentir dentro de mim o pulsar de um ser criativo e cheio de vida que se quer expandir. Tenho tanto para fazer! O meu corpo começa a sentir o desgaste das tensões e da falta de cuidado com ele próprio, porém a minha mente é um constante fervilhar de pensamentos e de idéias, num dinamismo de tal ordem que não me deixa sossegar. E será que quero?! Não, o que queria mesmo era mudar de vida. Dar prazer a mim mesma indo ao encontro de todos os meus desejos que tenho de abafar neste quotidiano cheio de rituais agendados e convenções sociais. Vou dando o lugar a outros e avisto para mim, lá ao longe, um espaço de tempo reservado. Mas aí, onde terei esse tempo, também reconheço a possibilidade de ter um corpo que não acompanhará a minha mente. E eu sei, os outros talvez não o percebam, mas eu sei que a minha mente é um complexo mundo de saberes e de uma intensa vontade de viver a vida...

imagem retirada da net

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A voz do coração

A voz do coração dita-me palavras intensas , traduzem conversas tidas entre mim e o meu ser, que se ampara, que se contradiz. Entre o ser que deseja viver livremente ao som de risos livres de aprovação, um ser que se descobre no passar da vida. Compreendo as palavras ditas por outros que já escreveram que a vida começa a meio da vida. 
Aquele sorriso que ninguém entenderá porque bate em perfeita harmonia com o pulsar do coração, aquele esboço de criança que marca a expressão de uma ingenuidade perdida na vida mas que persiste em gestos e no brilho de um olhar...e um riso que se escapa, quase infantil e eufórico...sabe bem.


terça-feira, 30 de setembro de 2014

As saudades que tenho...o amor eterno

Há vezes que não me lembro que já partiste e é um desespero quando me apercebo. Há um vazio e uma saudade imensa. Como é possível terem-te levado? Nós amamos-te tanto! Passou tanto tempo, contudo parece que foi ontem. Quero tanto estar contigo, sentir o teu calor, ouvir a tua voz! Acredito que um dia isso vai acontecer. Amo-te eternamente, meu Papá...

A recordação do teu corpo ainda quente no meu abraço implora que te mande este recado: Diz-me que é mentira! Tu não foste embora! Quero-te aqui, tenho saudades tuas!!! ... Amo-te tanto, Paizinho!!!

O que eu dava para te poder dar um simples beijo de parabéns, Papá! Ter a oportunidade de me poder encostar a ti num abraço forte e sentir o teu corpo contra o meu. Olho, em vão, para a fotografia gasta com o meu olhar numa desesperada ilusão de te ver mexer e ouvir a tua voz. Restam-nos as memórias para nos aconchegarem...Obrigada por tudo, Paizinho!

Estendam as pontes, abram as estradas, sequem os mares, atirem-me no vento forte, mas deixem-me apenas passar...quero abraçar-me a ti, só uns segundos...

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Gritar em silêncio

É assim que estou hoje...
Quando acordei pensei que estava ainda a dormir, que nada tinha acontecido, que fora mais uma das minhas noites confusas entre o não dormir e adormecer. Ainda me sinto assim, meio hipnotizada...Estou tão desiludida! 
Apetece-me chorar tanto até não haver ponta de humidade em mim, quero gritar a minha dor de deceção, quero gritar bem alto até me raspar o som na garganta...
Como é que pode ser possível?! Não consigo acreditar, por isso é que sinto que estou meio a dormir. Devo ser a pessoa da minha idade mais ingénua à face deste planeta, com um bocado mais e ainda acredito no Pai Natal. 
Queremos-lhes tanto bem, acreditamos que serão iguais mas diferentes. Acho que afinal até podem ser diferentes demais. 
Não posso falar...

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O meu aniversário sem ti...

...é ficar eternamente à espera de te ouvir dizer "Parabéns e Felicidades", que era o que tu dirias quando me desses aquele beijo que não vais dar, Papá!
...é ter um jardim cheio de flores lindas mas onde não brilha o sol.



Quero tanto ver-te, tanto, tanto, Paizinho! Quero ouvir-te, sentir a tua mão, a tua cara, passar a minha mão na tua cabeça, encostar-me a ti.

Obrigada, Papá!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Saudade

Sinto saudades de ti, tantas , tantas!
Este fim-de-semana estive com o Tio C. Meu Deus, como ele continua parecido contigo! Na despedida o toque dos meus lábios na cara dele, o calor do seu corpo...que vontade eu tive de me enroscar nele!
Queria mimos de Pai...
Saudade eterna, infinita...

domingo, 30 de setembro de 2012

Passa o tempo...


...tic, tac, passa o tempo... este que não volta atrás, que se impõe a cada milésimo de infinitos milésimos de segundos. Sempre a andar, sempre a passar!
E se o tempo voltasse atrás?...Há coisas que mudaríamos certamente, aquelas que achamos que não estiveram bem. Momentos, palavras e...os sentimentos? Esses também mudávamos?
Sempre disse aqueles de quem gosto o quanto gosto deles, se lhes gosto, se os amo...
Amar é importante e até o amor vai mudando. O "amor" dos 15 anos, o amor do 20 anos, o amor dos 40 anos.
O "amor" dos 15, sofrido, desgostoso,instável, incompreendido...
O amor dos 20, arrebatador, eufórico, descobridor...
O amor dos 40, cúmplice, confiante, decidido, provocador...
Mas sempre vivido intensamente, com a barriga a doer sem dor, o coração a bater à toa, as palavras ditas sem se saber o que se diz, porque tudo funciona simultaneamente em tal desarmonia que não há coração e razão que se entendam! Tamanhos são os sentimentos que derivam do tal amor...
Ou paixão?...


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Que dia...cemitério e cemitério

Nos Dia de todos os Santos é tradição visitarmos os nossos fiéis dedunfos, num dia especial, nos cemitérios.
Este custou-me demasiado...
Nos últimos dois anos perdi um primo, dois tios e o meu pai.
Só queria que fosse tudo mentira!
Mas, não é. As saudades vão matando devagarinho e as últimas memórias de todos eles são terrivelmente dolorosas.
O meu amor e carinho para eles e desejo que descansem em paz.

Paizinho querido...um abraço muito apertado!Amor e saudade eterna.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Eu aqui

Aqui venho de coração despedaçado, entro num mar gelado onde todas as emoções se misturam. Mistura-se o meu bem querer, com a minha raiva, revolta, tudo aquilo que era para ser e não foi assim.
Deus deu-me a graça de escrever! A Ele me curvo para agradecer as coisas boas,,, mas...só as coisas boas. As más não agradeço a ninguém.
Por vezes penso que me estava destinado um caminho que foi traçado e esquartejado, onde a luta pelo que se chama Felicidade, teima em ser uma luta. Hoje , senhora de uma bonita idade, sei bem o que quero e sei muito bem o que não quero. Também ando cansada de ser boa gente, apetece-me ser tão bruta e insensível como os demais.
Amores e desamores,dedicação e mais dedicação, pensamentos que já lá vão, opções que me interrogam: mal ou bem?
Foram as que foram, todos os dias fazemos opções. As opções e as circuntâncias não se podem separar. Às vezes o bem pode ser mal, e até o mal pode ter a cor do bem. Circunstancial. E os actores? São tantos na mesma cena que só por si tudo descamba. E eu...eu só quero fazer os outros felizes...e quero ter o meu cantinho, o meu ninho onde possa saborear os momentos do estar bem.
Dizem que eu sou uma grande mulher mas, eu só queria mesmo era ser um gatinho, para me enroscar no colo de alguém e poder receber só mimos e mimos e mimos...

Fazes-me falta...

A ti se juntou o teu irmão mais novo...Fui à tua campa e disse-te o que tinha acontecido, como se me pudesses ouvir. Foi sepultado na campa dos avós. A minha madrinha "disse" à avó :"Tomei conta dele enquanto esteve deste lado, agora toma tu conta dele aí desse lado." É triste!
Paizinho, sábado faço 40 anos! Gostava tanto de te ter aqui comigo, tanto, tanto! Eu que te fiz Pai, e que tinha o teu amor tão dedicado.
Este ano faço uma festa: convido os mesmos do costume, que já são muitos. Mas faço uma festa para mim, para festejar a entrada nos #entas#.
Achas que me aguento muito por estes lados?...Os meninos precisam de mim, pois é...
Ninguém me faz um seguro de saúde: o avô morreu de cancro, tu e o tio; do lado da mamã foi a tia e a mamã também teve...é uma herança pesada!...
Hoje não falo nada de jeito...o que queria mesmo era estar um bocadito mais perto de ti, sentir o calor dos teus braços, o respirar, poder tocar-te e, ai, dar.te uma abraço tão, mas tão apertado!!! Morro de saudades tuas!...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Daquilo que ninguém fala

Daquilo que ninguém fala, dos pormenores que vêm atrás do sentimento da perda, o arrastar de sentimentos que nos atordoam sem pedirem licença.
Queremos homenagear os nossos entes queridos com um espaço em sua memória. Temos as campas. E como as queremos? De que cor? Branca, preta, cinza...Alta, baixa? Quadrada ou arredondada? Ali, aqui? E a pedra? Esta ou a outra? E as letras? São gravadas, são salienttes, douradas, prateadas, esfumaçadas? Ainda faltam as jarras, assim, assado? Ah! e os dizeres? E como é que dizemos tudo o que sentimos por aquela pessoa num pequeno espaço de pedra fria?
Afinal só desejávamos que alguém decidisse tudo isso e apenas nos deixassem chegar aquele sítio frio, onde procuramos um pouco de conforto, enquanto fazemos o único acto de carinho que agora podemos ter: depositar nas flores que oferecemos o enorme peso da saudade que nos domina!
Há dias melhores, há dias piores...continuo a morrer de saudades tuas , meu Paizinho querido!


quarta-feira, 7 de julho de 2010

O último dia que falámos

Faz hoje um ano que falámos pela última vez, meu querido paizinho.
Estavas tão aborrecido, tão confuso. Deviam-te ter dito que estavas a morrer e tu não estavas nada a fazer conta.
Estavas irritadiço, meu querido, e não querias comer nada. Tirei-te o tabuleiro da frente. Estavas tão chateado! Conversavas meio a toa, desconcentrado. Pudera!
Não te disse nada de geito nesse dia. Eu que andei sempre contigo, a tentar dar-te o melhor de mim.
Meu querido paizinho, o meu amor por ti é eterno.
Queria tanto que estivesses aqui! Oh! meu querido Papá!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cancro

Em Agosto de 2005, ansiava por férias, andava desesperada! O primeiro fim-de-semana foi um inferno de chamas, na segunda semana...O resultado de uma mamografia da minha mãe, que tinha encontrado um caroço numa mama. O último exame tinha sido em Setembro 2004 e estava tudo bem. Agora estava tudo mal!54 anos - Cancro da mama. Meu Deus, chorei tanto pela minha mãezinha! Tão frágil que ela era, tão boa pessoa, não merecia nada daquilo. E lá começámos as corridas para o IPO. Foi a operação, foi o rapar do cabelo, foi a peruca, foi a radioterapia e foi a quimioterapia. E quem estava sempre presente e a toda a hora: o meu pai. Também fiz uma promessa: ir a Fátima a pé pela minha mãe. Tudo correu bem. Foi recuperando e ganhou outro espírito de viver a vida.

Em Agosto de 2008, ansiava por férias, andava desesperada! O primeiro fim-de-semana decidi cumprir a minha promessa. Fui a Fátima a pé. Os meus filhos ficaram com os meus pais. No regresso, ao almoço, acho o meu pai a falar de uma forma esquisita, meio a gaguejar. Homem de raríssimas visitas ao médico mas, consigo convencê-lo a levá-lo ao médico durante a semana. Homem resistente, com muita força. E lá começámos as idas e estadias nos hospitais. Primeiro era um AVC (diagnóstico errado 1 mês) e afinal, em Setembro...cancro do pulmão já metastisado no cérebro - 64 anos. Internamentos, radioterapia, radiocirurgia, quimio, quimio...A minha mãe tornou-se uma verdadeira mulher de armas! O meu Super Homem... sofreu tanto tanto! Em Fevereiro faleceu o meu primo, com 46 anos após um transplante. Foi um choque! Sempre pensáramos que quando começassem a morrer fosse a geração dos pais e não a dos filhos. Nessa data o meu pai começou a ficar sem voz. Como costumo dizer, um homem de grandes gargalhadas, ficou sem voz.

O meu pai morreu dia 9 de Julho 2009. Não tinha voz, não tinha força para sequer se virar na cama para mudar de posição. Apercebeu-se de que ía morrer nos últimos dias. Morreu 10 minutos antes de eu chegar ao pé dele.

Ele tinha feito 65 anos. Eu tinha 37 anos, a minha irmã 33 e o meu irmão 25 anos.
O meu pai perdeu o pai aos 25 anos, que morreu com cancro do sangue aos 65 anos.