segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Daquilo que ninguém fala

Daquilo que ninguém fala, dos pormenores que vêm atrás do sentimento da perda, o arrastar de sentimentos que nos atordoam sem pedirem licença.
Queremos homenagear os nossos entes queridos com um espaço em sua memória. Temos as campas. E como as queremos? De que cor? Branca, preta, cinza...Alta, baixa? Quadrada ou arredondada? Ali, aqui? E a pedra? Esta ou a outra? E as letras? São gravadas, são salienttes, douradas, prateadas, esfumaçadas? Ainda faltam as jarras, assim, assado? Ah! e os dizeres? E como é que dizemos tudo o que sentimos por aquela pessoa num pequeno espaço de pedra fria?
Afinal só desejávamos que alguém decidisse tudo isso e apenas nos deixassem chegar aquele sítio frio, onde procuramos um pouco de conforto, enquanto fazemos o único acto de carinho que agora podemos ter: depositar nas flores que oferecemos o enorme peso da saudade que nos domina!
Há dias melhores, há dias piores...continuo a morrer de saudades tuas , meu Paizinho querido!


1 comentário:

  1. Já me confrontei com a mesma questão: "como é que posso dizer tudo o que me vai na alma à minha avó querida" Ela que me criou, que brincava comigo, que era a primeira a defender-me de tudo e todos.
    Esteve com a Macaquinha uma unica vez, uma tarde de Verão... Muitas vezes dizia que ia partir e eu na brincadeira respondia: "Claro que não vais, vais ter de esperar que eu te dê mais um bisneto."
    E assim foi... Nunca esquecerer essa tarde, estas conversas. Esta a fazer 5 anitos e ainda hoje não acredito que ela partiu. Dizem que avó é mãe duas vezes e ela era isso mesmo. Mas sinto que ela esta sempre comigo e com a minha Macaquinha...

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