segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Daquilo que ninguém fala

Daquilo que ninguém fala, dos pormenores que vêm atrás do sentimento da perda, o arrastar de sentimentos que nos atordoam sem pedirem licença.
Queremos homenagear os nossos entes queridos com um espaço em sua memória. Temos as campas. E como as queremos? De que cor? Branca, preta, cinza...Alta, baixa? Quadrada ou arredondada? Ali, aqui? E a pedra? Esta ou a outra? E as letras? São gravadas, são salienttes, douradas, prateadas, esfumaçadas? Ainda faltam as jarras, assim, assado? Ah! e os dizeres? E como é que dizemos tudo o que sentimos por aquela pessoa num pequeno espaço de pedra fria?
Afinal só desejávamos que alguém decidisse tudo isso e apenas nos deixassem chegar aquele sítio frio, onde procuramos um pouco de conforto, enquanto fazemos o único acto de carinho que agora podemos ter: depositar nas flores que oferecemos o enorme peso da saudade que nos domina!
Há dias melhores, há dias piores...continuo a morrer de saudades tuas , meu Paizinho querido!